Ame nossos idosos
A maldade de alguns humanos ainda me abala. Minha atenção foi direcionada a um caso em especial de uma idosa que no desejo de suprir suas necessidades principais, como a de comer e sobreviver, de manter-se aquecida quando o sentimento era de abandono e solidão, aceita prestar seus serviços braçais em troca do pão e de um travesseiro. Sua patroa jovem a acolhe, não como alguém que preza em auxiliar um ser já tão humilhado pela vida. As portas se abrem para essa senhora, mas o melhor que poderia acontecer, era o destino a desvencilhar daquela jovem.
Os dias se passam, os primeiros meses, o fôlego vital daquela senhora ainda dispunha de forças para o trabalho doméstico, ela ainda supria a gratidão de ser abrigada, de estar em um lar propriamente dito, mas não real, a jovem senhora que até então nutria sonhos, anseios, deixou-se vencer pela pior escravidão, a emocional, aliás 20 anos convividos com aquela jovem, deveriam ter brotado um imenso sentimento de amor e compaixão entre ambas, mas a estória nos conta que isso não foi recíproco.
Nem o estudo, aprendizado, convivência familiar, foram suficientes para eclodir no coração dessa jovem patroa, o mínimo de compaixão. Executiva de uma grande empresa de cosméticos, a AVON, carregava no rosto a simpatia, conhecia todas as técnicas de relação interpessoal, conhecia de gerenciamento de conflitos de equipes, aconselhava e tudo mais. Mas em casa, era personagem macabro, a madrasta malvada a invejaria e ficaria rebaixada diante de tamanha crueldade para com a idosa que vivia nos fundos da casa, em quarto sujo, em cárcere, junto de tudo que não se precisava mais.
Faltara-lhe comida, água, saúde, e até o direito de ter um banheiro foi negado. Essa pobre senhora sozinha, sem instrução torna-se vítima da criatura mais covarde, a que se instrui para sugar dos seres humanos menores. A jovem patroa foi presa, mas o custo de toda perversidade, custou pouco mais de dois mil reais em fiança. Mas graças aos bons, essa senhora idosa, poderá terminar seus dias em paz com uma indenização de quinhentos mil reais, valor ainda muito baixo, quando se tenta reparar respeito e dignidade humana amputados.
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